domingo, 20 de janeiro de 2013

Resgatando o parto


 
Acreditamos que humanizar o nascimento é adequá-lo a cada mãe, a cada pai, ou seja, à família envolvida em cada nascimento. A técnica não pode tornar-se mais importante do que as pessoas envolvidas! O parto hoje tornou-se assunto exclusivamente médico, especialmente no Brasil onde as taxas de cesárea estão entre as mais altas no mundo, chegando à mais de 80% em alguns hospitais! Por isto falamos em resgatar o parto como um processo fisiológico normal da mulher. É neste sentido que o parto é nosso, devendo tornar-se evento médico somente quando a intervenção é realmente necessária.
As evidências científicas mostram que o fator determinante para uma boa experiência de parto é o quanto a mulher sentiu-se protagonista do evento, ou seja, qual o nível de controle que ela percebeu ter sobre o processo; o grau em que sua opinião foi ouvida; o nível de informação que lhe foi dada durante os procedimentos e se seu consentimento (para os procedimentos) foi percebido como sendo dado. Podemos resumir dizendo que a mulher tem necessidade de ser tratada como sujeito ativo e participante de todo o processo e não como mero objeto.
Como fazer para tornar-se protagonista de seu parto, do nascimento de seu filho, momento mobilizador de tantas emoções e carregado de tanto significado? Necessitamos tanto de informação quanto de apoio, daí a importância de se fazer uma boa preparação para o parto! Mas para quê nos preparar se o processo todo é tão normal? Justamente porque vivemos numa sociedade e numa cultura onde o parto não é mais visto como um processo normal - nós duvidamos da nossa capacidade de dar à luz!
Temos que conhecer as opções de parto, nos familiarizar com os procedimentos mais comuns, para poder decidir o que é que queremos para nós....  Veja a seguir alguns dos pontos mais importantes que devem ser levados em conta na hora de se pensar sobre o parto.

 
Onde ter o bebê? Quando nos perguntam onde nosso filho vai nascer, em geral a resposta é uma só: “no hospital, é lógico!!”. Mas existem sim outras opções, ainda pouco difundidas no Brasil, onde o parto é mais facilmente tratado como processo fisiológico normal:
- casa de parto
- em domicílio
O ambiente do parto é muito importante e pode tanto ajudar quanto atrapalhar. O ambiente que mais propicia um bom desenrolar do parto,  é aquele silencioso, tranquilo, com pouca luz. A mulher deve escolher o ambiente onde ela se sinta mais segura, mais confiante e mais protegida. É nesse espaço que a mulher vai ter possibilidade de entrar em contato com seu corpo e fazer aquilo que este lhe pede. 

Com quem? Quem vai prestar assistência ao parto? No Brasil, tradicionalmente é o médico obstetra. É importante saber que as enfermeiras obstetras também são capacitadas a fazer parto normal e, em alguns hospitais, já têm exercido esta função! Existem, ainda, especialmente nas regiões mais afastadas dos centros urbanos, as parteiras tradicionais. Cada profissional tem sua particularidade. A formação da enfermeira obstetra dá mais ênfase ao parto como processo fisiológico normal do que a formação médica que se baseia justamente em saber tratar e diagnosticar possíveis complicações.
Queremos aos poucos formar uma rede de profissionais comprometidos com o parto normal humanizado.


 
“Tipos” de parto Já descrevemos os dois tipos de parto mais realizados no Brasil: a cesárea e o parto normal hospitalar em que a mulher fica deitada...
Do ponto de vista fisiológico, as posições verticais (de cócoras, de quatro, sentada etc.) são as que mais favorecem a descida do bebê e conseqüentemente, um parto tranqüilo, sem intervençõesApesar de todo o respaldo científico, são poucos os profissionais que “permitem”  que a mulher assuma a posição que quiser na hora do parto, uma prática já difundida em países como Japão, Holanda, Inglaterra e Suécia, por exemplo.
O parto será mais satisfatório para a mulher se ela puder ser livre para fazer e agir conforme suas necessidades.


 
A Doula (Acompanhante de Parto) É uma nova profissional do parto que está surgindo...tem uma importância fundamental na assistência ao parto. Sua missão é prestar apoio físico e emocional à mulher que está parindo, ajudando-a a lidar com o trabalho de parto. Pesquisas mostram que o parto em que  uma doula está presente tende a ser mais rápido e necessitar de menos intervenções médicas.
Plano de parto É principalmente um instrumento que ajuda a mulher a se informar sobre os procedimentos mais comuns adotados na hora do parto, para que possa refletir e decidir, com o apoio das evidências científicas, quais ela quer ou não quer.
  Como se preparar?
Para se ter uma boa experiência de parto hoje, algum tipo de preparação ou reflexão é fundamental. Escolhas e decisões têm de ser feitas: quem vai me assistir?, qual o local?, que tipo de parto eu estou querendo?
Qualquer opção que fuja da norma, ou seja da tradicional cesariana ou do parto normal com intervenções, terá que ser mais bem preparada ainda....
O parto ativo é instintivo e natural. Hoje em dia são poucas as mulheres em contato com este lado instintivo. Precisamos nos conscientizar dos nossos corpos para redescobrir estes instintos.
Fazer algum tipo de exercício, ler, praticar yoga ajuda muito.
Descobrir e enfrentar seus medos, suas fantasias, participar de um grupo de discussão com outras grávidas; tudo isto é fundamental!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Gestar e a melhor escolha




Nós mulheres nos sentimos confusas na hora de escolher o melhor para nossos bebês, na gestação, no parto, no pós-parto. As informações muitas vezes se chocam e o que um médico diz que é certo, outro diz que é absurdo. Como saber a verdade? Porque eles pensam tão diferentemente?
Como qualquer área de conhecimento, a Medicina se baseou desde o início em observação de fenômenos, formulação de teorias e apresentação de conclusões. No entanto quando se observa um fenômeno, ou quando o interpretamos, estamos dando o nosso "toque pessoal" e muitas vezes já esperamos um determinado resultado. Quando tiramos conclusões, elas são cercadas de nossas crenças, nossos mitos, nossa cultura. Os médicos e pesquisadores não escapam desses fatores ao montarem suas pesquisas e anotarem seus resultados.
É por isso que existem regras para se fazer pesquisa. Tem que haver um bom número de participantes nos testes. Tem que se estabelecer um o grupo experimental e um grupo controle, ou seja, um grupo de participantes que passa pelo procedimento e outro que não passa. O pesquisador não pode saber quem faz parte do grupo de experimentos e quem faz parte do grupo de controle. Existem diversas formas de projetar os experimentos para que eles tenham o mínimo possível de interferências pessoais, comerciais e culturais de quem está executando, analisando e processando o experimento.
Depois é necessário uma boa análise estatística. Mesmo assim, milhares e milhares de pesquisas são publicadas anualmente e que não cumprem com o mínimo de requisitos que as qualifiquem como "padrão ouro". Portanto, se alguém quiser encontrar artigos ditos científicos que afirmem que a cesárea é mais segura que o parto normal, basta procurar. Vai até encontrar artigos "científicos" que afirmem que as mulheres mestiças têm bacias defeituosas e não podem ter um parto normal. É possível encontrar todo tipo de afirmação, até as mais estapafúrdias.
Para isso existem as metanálises. São estudos em que os pesquisadores juntam todas as pesquisas feitas no mundo dentro de um período sobre um determinado assunto. Depois eles classificam e aproveitam apenas aquelas cujos experimentos que foram executados dentro dos preceitos acima citados. Juntam então todos os resultados e fazem a análise estatística desse conjunto de pesquisas. Nesse caso teremos milhares de casos computados e com a certeza de que as pesquisas participantes foram bem planejadas.
E como é que nós, mães, gestantes, temos acesso a essas metanálises? Existe um "braço" da Organização Mundial da Saúde voltada para o consumidor e suas prioridades. É a Biblioteca Cochrane. Eles colocam à disposição dos profissionais e do público leigo todos os estudos feitos até hoje, envolvendo todas as áreas da medicina. São os consumidores que determinam o que esse grupo vai estudar, que dão as prioridades.
Infelizmente os estudos estão todos em inglês, mas em breve será disponibilizado os resumos mais importantes traduzidos para o português e estará na internet. É de fundamental importância que as mulheres saibam o que está sendo feito em cada exame, cada procedimento e que, acima de tudo, tenham o direito de escolher o que é melhor para elas.
Entre os estudos já publicados: efeitos na anestesia sobre o parto, uso da episiotomia, posição para o parto, uso da água para analgesia, ultrassom, e muito, muito mais. Não deixe de se informar e se for o caso, consulte uma segunda, terceira, quarta opinião. E lembre-se que a opinião de cada médico virá acompanhada da experiência, crenças e conhecimentos dele.

"...dá-nos discernimento e sabedoria em cada escolha" Paramahansa Yogananda 











terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Fluxo energético

Um dos principais objetivos no Tratamento Ayurvédico é manter o bom funcionamento do fluxo de energia através dos canais do corpo. Nossos hábitos afetarão positiva ou negativamente este funcionamento. Devemos manter nossos canais (SROTAS) limpos com boa alimentação e exercícios adequados, atendendo às necessidades físicas,  mantendo os sentidos sob controle, e a mente tranquila.