DERRUBANDO MITOS
*A chamada ‘demora' do parto normal não faz o bebê sofrer.
*O processo do parto normal nunca deve ser julgado rápido ou demorado demais se a mãe e o bebê estiverem bem, com boas condições vitais. Esses sinais devem ser acompanhados durante o trabalho de parto – em especial, os batimentos cardíacos do bebê, pois, enquanto eles estiverem num padrão adequado, o parto estará no tempo certo para aquela mulher e aquele bebê. O tempo de duração do parto não é tão significativo para a saúde de mãe e filho, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde.
*O parto normal permite o uso de anestesias para diminuir a dor próximo ao nascimento do bebê. O medo da dor do parto é uma das objeções mais comuns à idéia do parto normal. Na realidade, as contrações iniciais lembram cólicas menstruais. À medida que o trabalho de parto evolui, elas ficam mais intensas. Quando o colo do útero atinge 4 ou 5 cm de dilatação, mais ou menos na metade do parto, os médicos podem lançar mão da analgesia peridural. Essa anestesia elimina totalmente a sensibilidade à dor sem prejudicar os movimentos da gestante para o parto. A intensidade da dor pode variar de mulher para mulher. Além disso, existem outros métodos não invasivos para o alívio da dor como massagens na região lombar, banho com água morna, caminhada e mudança de posição, procurando uma posição mais confortável. *As complicações nos recém-nascidos decorrentes das cesarianas estão associadas a uma maior freqüência de prematuridade e a problemas respiratórios. Estudos científicos apontam que bebês nascidos entre 36 e 38 semanas tem mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabar precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo UTI Neonatal.
No parto cirúrgico há uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo.Os primeiros instantes após o nascimento são fundamentais para a criação de uma ligação chamada em inglês de bonding - um elo, um laço profundo.
No momento no nascimento, a mãe ter o bebê em seu colo, sobre o peito ou próximo dela permite estabelecer com ele uma importante troca de estímulos: olhares, fluidos e cheiros promovem uma identificação profunda. Ao nascer, a criança registra uma sensação intensa de tudo o que acontece: quanto mais segura ela se sentir, melhor para ela, para seus pais e para o mundo.
*Cesáreas anteriores e fetos grandes não determinam, por si só, indicação do parto cirúrgicoMesmo depois de uma cesárea é possível ter um parto normal. Em 1916, o médico americano Craigin produziu uma série de estudos sobre cesárea e afirmou: “uma vez cesárea, sempre cesárea”. Naquela época, a incisão no útero era vertical, a anestesia era geral e não existiam antibióticos. Muitos médicos até hoje repetem o dito de Craigin e alguns sequer discutem a possibilidade de um parto normal em uma segunda gestação. Basta o obstetra acompanhar o trabalho de parto com mais atenção, já que a cicatriz da cesárea anterior é um ponto de menor resistência às contrações uterinas. A ruptura do útero durante o trabalho de parto, nesses casos, é um acontecimento bastante raro.
Quando a mãe é diabética ou desenvolve diabetes gestacional, o parto deverá ser por cesárea. Os bebês de mães diabéticas tendem a ser grandes. Além disso, caso o equilíbrio glicêmico seja muito instável durante a gestação, é possível que a placenta se deteriore precocemente, prejudicando o fornecimento adequado de nutrientes e oxigênio para o feto. Essas e outras circunstâncias fazem com que, frequentemente, nesses casos, o parto mais indicado seja cirúrgico e anterior ao termo da gestação (geralmente, em torno da 38ª ou 39ª semana). Ainda assim, mulheres que desenvolvem diabetes antes ou durante a gestação, desde que com a doença moderada e bem controlada, podem ter um parto normal com segurança. Como nos demais casos, é importante que uma equipe médica adequada – composta por profissionais como endocrinologista, nutricionista, ginecologista e obstetra – acompanhe e oriente devidamente a gestante para ajudar a decidir quando induzir o trabalho de parto ou fazer o parto cirúrgico. Hormônio do amorO obstetra francês Michel Odent chama a ocitocina de hormônio do amor . A ocitocina, ao ser liberada pelas fêmeas, promove as contrações uterinas e imediatamente produz um forte sentimento de apego da fêmea pelo filhote. Em um dos seus livros, Odin relata que ratas virgens que receberam sangue de ratas recém paridas se apegaram imediatamente a filhotes colocados ao seu lado.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
PARTO NATURAL
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Excelente artigo!
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